O programa da Parque Escolar EPE

O actual parque escolar das escolas secundárias portuguesas consiste num total de 477 escolas construídas a partir do final do séc. XIX, com 77% construídas depois de 1970. Este periodo de expansão reflecte o aumento da escolaridade obrigatória para nove anos, e que actualmente se encontra alargado para os doze anos.

Em 2007, o governo português criou, através do decreto-lei 41/2007 de 14 de Fevereiro, a Parque Escolar E.P.E., responsável pelo planeamento, gestão, desenvolvimento e execução do programa de modernização das escolas secundárias públicas, reportando aos ministérios da educação e finanças. Este programa tinha planeada a intervenção em 330 escolas até 2015 e um investimento total de 940 milhões de euros, 60% do qual será garantido por financiamento Europeu (QREN - Quadro Referência Estratégica Nacional), orçamento de estado e autarquias.

Os restantes 40% seriam assegurados através de financiamento bancário (25%) e por acções de valorização patrimonial desenvolvimento e unidades de negócio (15%). O plano de modernização envolveu quatro intervenções piloto em Lisboa e Porto, concluídas no início do ano lectivo de 2008/09, para afinação dos conceitos e estratégia de intervenção. Nestes pilotos foi testado um novo conceito de espaços para o ensino e aprendizagem das ciências - O estúdio de aprendizagem das ciências e restantes elementos estruturantes.

O modelo de escola proposto pela Parque Escolar pressupõe:

"A passagem de um modelo de ensino exclusivamente centrado no professor, i.e., num modelo expositivo, baseado na transmissão de conhecimentos (aprendizagem passiva), para um modelo de ensino baseado em práticas pedagógicas de natureza colaborativa e exploratória (aprendizagem activa), suportadas em exercícios de investigação, recolha de informação e experimentação laboratorial/simulação; produção de artefactos e realização de relatórios e discussão/comunicação. Tais práticas requerem uma maior permanência de alunos e de docentes na escola e a presença de espaços adequados;

O investimento na criação de 1) hábitos de pensar/raciocinar de forma crítica; 2) capacidade para recolher, organizar e analisar informação; 3) capacidade para trabalhar em equipa de forma colaborativa e dinâmica; 4) capacidade para aplicar os conhecimentos adquiridos na resolução de problemas; 5) capacidade para se adaptar a novas situações e às evoluções tecnológicas; 6) atitude de aprendizagem autónoma e auto-orientada; 7) o gosto pela prática de actividades extra-curriculares que ajudem a complementar a formação dos alunos;

A descentralização do processo de ensino/aprendizagem relativamente ao tempo e ao espaço da sala de aula;

O incentivo a actividades complementares à “sala de aula” envolvendo pesquisas de

informação e discussões e o acesso facilitado a informação permite padrões de trabalho mais flexíveis;

O uso intensivo das novas tecnologias de informação e de comunicação (TIC); A utilização de equipamentos informáticos e electrónicos (p.e. computadores, quadros interactivos, scanners, impressoras) e o acesso à internet não só transformaram os métodos de aquisição e de produção de informação, como se tornaram ferramentas de ensino e de aprendizagem fundamentais; O acesso a informação digital e o número de computadores na escola vai continuar a aumentar estando previsto que no futuro todos os alunos tenham acesso a “hardware” sem fios o que implica a cobertura total dos edifícios por rede informática;

Abertura da escola à comunidade exterior, de modo a promover a formação ao longo da vida a certificação de competências; A organização espacial da escola reflecte-se neste processo, na medida em que define o suporte físico de todas as actividades realizadas e em particular interfere na forma como os diferentes membros da comunidade escolar (alunos; docentes; funcionários; pais e encarregados de educação) interagem entre si, se relacionam com a aprendizagem e adquirem conhecimentos e várias competências. (Parque Escolar, 2009, pp. 12-13)"

O novo modelo de escola teve como área de intervenção prioritária a área dedicada às Ciências e Tecnologias.